sábado, 12 de dezembro de 2009

Cap 7 - O PREÇO DA LIBERDADE


Os dias vão passando lentamente. Externamente, nada mudara. Continuava trabalhando, fazendo as mesmas coisas de sempre, e ao final do dia, ia para a pensão. Mas interiormente, sentia-se muito só. Por mais entediante e rotineira que era a sua vida ao lado de Vitor, pelo menos ela tinha companhia, vizinhos e vida social...


Até que um telefonema de Luiz dá alegria ao coração de Laura e lhe provoca expectativas: ele previa uma visita para os próximos dias. Como ela ansiava abraçá-lo, sentir-se segura e protegida nos seus braços!


Encontram-se no final do expediente, e como sempre, vão para o apartamento desocupado do casal de amigos. Depois do sexo, ficam juntos, conversando, sem pressa... Como escurecera e Laura não fizera menção de ir embora ele a questiona.


Ela acaba contando que estava separada. E que agora poderiam ficar juntos o tempo que quisessem, sem se preocupar com horários.


A notícia tem o efeito de um balde de água fria na cabeça de Luiz. Era certo que amava Laura com toda a intensidade de seu coração. Mas não esperava por isso. Não lhe passara pela cabeça separar-se. Mas ela o fizera, e não tinha dúvidas, era por causa dele.


Percebendo-o transtornado, ela o abraça carinhosamente. Afirma que tudo continuaria como sempre fora. Que nunca cobraria nada e que se contentaria com aquelas horas que ele dispunha para estarem juntos.


Depois de inteirar-se dos detalhes de sua situação: onde morava, com quem, desde quando, quem sabia, etc., recrimina-a por não lhe ter contado logo da separação.


Ele concorda que ela passe a noite com ele no apto, mas foi, para ambos, uma noite insone cada um deles mergulhados em seus pensamentos e temores. Bem diferente da noite que sonhavam passarem juntos!


De manhã, Laura sai para o trabalho, deixando Luiz dormindo... ou fingindo dormir. Vai com o coração pesado... Sente que ele não gostara nada do fato dela ter-se separado sem consultá-lo e, depois, sem comunicá-lo. Teme que ele decida romper a relação e se afastar dela para sempre.


Foi difícil concentrar-se no trabalho. A manhã termina sem notícias. E ela não teve coragem de tentar estabelecer contato. A angústia se torna maior a cada volta do ponteiro...


No final da tarde ela decide enfrentar a situação e quando ia telefonar, seu ramal toca. Era ele, pedindo para fosse ao apartamento depois do trabalho. Pelo tom de voz, percebe que o assunto era muito sério. E sente-se insegura e temerosa. Mas sabe que, fosse qual fosse o veredicto que Luiz iria lhe impor, teria que aceitar e respeitar.


E neste momento lembrou-se de Vitor, e do que havia feito a ele... Agora era sua vez de acolher uma decisão referente a sua vida, mas deliberada exclusivamente por outra pessoa...

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