quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cap 2 - O MUNDO VIRTUAL

Os encontros virtuais entre Laura e Luiz aconteciam nos intervalos de tempo que ele dispunha no trabalho, ou em casa, nas ausências da esposa. Laura acessava apenas do escritório, onde trabalhava, e na ausência do chefe. Nem sempre os horários combinavam. Era uma limitação, mas o desejo de estarem juntos e conversarem, fez que criassem uma nova rotina, e o intervalo do horário de almoço se tornou o momento de encontro....


Nestas ocasiões, o tempo lhes parecia adverso. Os minutos voavam sem que eles se dessem conta. Os assuntos eram inesgotáveis. Sempre havia algo mais a comentar, a esclarecer, a indagar. E as despedidas, então, sempre um queria dizer um tchau a mais, fazer uma recomendação, expressar uma frase de carinho...


Como aliados fiéis contavam com o correio eletrônico, que conduzia rapidamente as mensagens, permitindo que em tempo real pudessem manifestar um ao outro os sentimentos que afloravam. E o telefone, no qual falavam-se regularmente.


E, além destas ocasiões, em qualquer tempo, havia o pensamento que freqüentemente voava direcionado de um para o outro.


Se não bastasse o pensamento informal, adotaram outros sinalizadores para ativar a lembrança e o encontro mental. A lua cheia era um. Quando olhavam o céu com a lua brilhante e majestosa, sentiam-se unidos, onde quer que estivessem, sob a mesma paisagem e mesmo pensamento.


Tulipas era outro sinalizador. Laura, que até então nunca havia reparado na existência daquela bela e sofisticada flor, passou a notá-la e admirá-la depois que Luiz começou a cobri-la de tulipas virtuais quando chegava para falar com ela e a dizer que via na flor a imagem de sua bem-amada.


Logicamente que, entre tantos outros assuntos, falavam da possibilidade de um encontro real, mas ainda como um sonho, apesar de plausível, pois a distância geográfica entre eles era de menos de 300 km, irrisória para os tempos atuais.


Cada vez que Luiz embrenhava para esse lado, Laura evitava o assunto e ignorava a proposta. Não se sentia ainda preparada e por isso adiava a possibilidade de se encontrarem frente a frente para um futuro, talvez não tão próximo...


E assim, enquanto as coisas não se encaminhavam para o presencial, a imaginação e a fantasia faziam a festa no virtual...

Um comentário:

Joelma B. disse...

Estou de olho! beijo!

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