sábado, 21 de novembro de 2009

Cap 1 - O ENCONTRO

Ela se sentia chateada naquela tarde. Queria conversar com alguém. Por isso entrou na internet, naquela sala de chat. Então ele apareceu. Entrou como Anônimo. Foi direto ao dizer que procurava conversas excitantes e sexo virtual. Ela não chegou a se escandalizar, pois não era o primeiro deste tipo que encontrava. Fosse em outra ocasião provavelmente teria corrido. Mas até dar assunto para um conquistador internético era melhor do que continuar sozinha.


Ele insistia em seu propósito. Ela esquivava-se, sem, entretanto, lhe dizer um não direto. Envolveu-o num jogo de oferecer e negar, de atiçar e recuar que o seduziu ao mesmo tempo em que se sentia seduzida...


Quando ele saiu da sala virtual, ela continuou pensando nele... Percebeu-o um homem culto, inteligente e perspicaz. Teria gostado de conhecê-lo melhor. Quem seria ele? Explicara que usava de reservas porque era casado e não queria magoar a esposa... Mas seria só isso?


Como ela freqüentava a sala de chat sempre com o mesmo nick, dois dias depois, ele reaparece na sala e fala com ela. Conversaram como velhos amigos e quando ele se vai, a impressão inicial se confirma: dava-lhe imenso prazer teclar com ele.


E houve um terceiro, e um quarto encontros. O clima de reservas, mas de muita sinceridade, mantinha e atiçava o interesse. Era excitante invocar a fantasia para tentar adivinhar quem poderia ser aquele homem que chegava carinhoso, carregado de tulipas virtuais, e se mantinha no anonimato...


Aos poucos vêm à tona algumas informações deles próprios, mas respeitavam-se, não perguntando mais do que o outro contava, apesar de se terem dito mutuamente que gostariam de se conhecer melhor! As conversas eram prazerosas, para ambos, que sabiam usar de sutileza e sensibilidade, jogando com palavras e com emoções.


Mas um dia ela deixou escapar uma informação sobre sua cidade, e ele começou a fazer perguntas, e acabou que se apresentaram: Luiz, aposentado, 60 anos. E ela também se apresenta: Laura, contadora, 40 anos.


Pronto, acaba-se o mistério! Só que o encanto não. Os encontros continuaram acontecendo, agora mais explícitos, um perguntando para o outro aquilo que antes ficara em aberto, desfazendo as dúvidas, preenchendo as lacunas... E foram se conhecendo cada vez mais. O prazer, então, consistia no desvendamento mútuo. E cada vez mais um gostava do que via no outro...



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